06 abril 2015

O Programa de Enriquecimento Instrumental nas dificuldades e transtornos de aprendizagem


As principais queixas relatadas pelos pais quando nos procuram para uma Avaliação Psicopedagógica geralmente dizem respeito a atenção, memória, controle de impulsividade e linguagem.
Por razões que precisam ser pesquisadas, estas importantes habilidades costumam mesmo estar deficientes nas crianças que atendemos, e isso muitas vezes acaba influenciando no processo de aprendizagem, pois tais habilidades funcionam como base para as diferentes atividades cognitivas exigidas das crianças em idade escolar. 
Pensando em intervir neste processo em alguns casos, utilizamos o PEI. 
O educador e psicólogo israelense Reuven Feuerstein criou uma metodologia para reabilitar crianças que viveram o holocausto, chamado de Programa de Enriquecimento Instrumental -PEI.
Feurstein atribuiu a este método a função de promover a modificabilidade cognitiva, ou seja, considerando o poder da mediação entre o terapeuta e o estudante e o uso de instrumentos criados por ele contemplando diferentes conteúdos, acredita-se que qualquer um de nós é capaz de se modificar e aprender. 
Fundamentada nos conceitos da psicologia cognitiva, da neuropsicologia e do processamento de informação, essa teoria visa a intervenção nos processos cognitivos, tais como: 

• atenção
• memória
• foco 
• planejamento
• percepção
• linguagem
• praxias 

O PEI destina-se a todas as pessoas, independentemente da idade, nível de escolaridade ou experiência profissional, que necessitem desenvolver seu potencial cognitivo. Aplica-se  especialmente, à desmotivação para o estudo, problemas de memória e baixo rendimento escolar. É bem utilizado nos casos de dificuldades de raciocínio e abstração, desordens perceptivas,  hiperatividade e dificuldades de atenção. Podemos também aplicá-lo a alguns casos de crianças e adolescentes com síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista.
Através dele esperamos que o estudante possa ter a sua auto estima trabalhada, perceber-se como autor de conhecimento e capaz de refletir sobre suas aprendizagens, estratégias e soluções encontradas diante dos diferentes desafios.  
Venha conhecer!

Daniela M. Leal
Psicopedagoga Clínica e Mediadora do PEI 
ABPp nº 12941


Avaliação Multidisciplinar nos Transtornos de Aprendizagem e Dificuldades Escolares

Resultado de imagem para dificuldades de aprendizagem Atualmente as escolas optam como ponto de partida, o encaminhamento ao Psicopedagogo para a realização de uma avaliação psicopedagógica para tentar compreender o que está acontecendo com o processo de aprendizagem de seu aluno ou aluna, que deixou de seguir a turma como o esperado.
Mas, quando recebemos as famílias e suas crianças para a realização desta avaliação, precisamos deixar claro as nossas possibilidades e limitações, enquanto profissionais. Ou seja, nosso aluno, assim como nós,  é um sujeito inserido em diferentes contextos sociais (família, escola, grupo-classe,etc) e portanto não podemos perder de vista a globalidade desta pessoa. É prudente, como psicopedagogos, sugerirmos à família que se faça, caso haja necessidade, uma avaliação multidisciplinar com o intuito de descartar síndromes, desenvolvimento comprometido por conta de lesões cerebrais, deficiência auditiva, visual ou motora, além de questões de ordem emocional, que podem também influenciar negativamente no processo de ensino e aprendizagem de qualquer criança ou adolescente.
Na anamnese, quando levantamos junto a família, todo o histórico de vida da criança, é um momento importante do processo de avaliação e que costuma trazer elementos importantes capazes de contribuir para o levantamento de algumas  hipóteses e analisar a necessidade de uma busca mais detalhada das causas de todas as dificuldades relatadas.
Pensando desta maneira, o psicopedagogo não é autorizado a dar diagnósticos fechados sem que antes, tenha a oportunidade de discutir caso a caso com os outros profissionais envolvidos na avaliação destas crianças.
Fazem parte desta equipe multidiscilplinar:
  • Neuropediatra ou neurologista
  • Neuropsicólogo
  • Psicopedagogo
  • Fonoaudiólogo
  • Psicólogo
  • E outros conforme necessidade, como Psicomotricista, Terapeuta Ocupacional e Fisioterapeuta
Este olhar cuidadoso dos profissionais fará toda a diferença na história de vida desta criança, evitando rótulos desnecessários, diagnósticos precipitados e tratamentos indevidos ou inadequados. O foco é sempre o bem estar desta criança e informar muito bem a família em como proceder diante das dificuldades e sobre as condutas  que serão adotadas, caso haja necessidade de uma intervenção de qualquer um destes profissionais.
As famílias recebem por escrito uma via do relatório de avaliação, com as principais queixas relatadas, as observações realizadas durante as sessões e  a hipótese diagnóstica, com orientações gerais e procedimentos para educadores e pais.

Daniela M. Leal
Psicopedagoga Clínica
ABPp nº12941  
 
 
 

05 setembro 2014

Atenção, Foco e Memória - Como os pais podem ajudar no desenvolvimento destas habilidades?

Pausa para escrever um pouquinho...preciso me organizar, pensar naquilo que quero escrever, estabelecer objetivos que pretendo atingir....ufa, vamos lá!! Espera...ainda não organizei minha mesa, cadê o lápis? E aquele livro que talvez eu precise para me ajudar...opa, o telefone está tocando, uma mensagem da amiga...

Quem já não se pegou tendo que administrar tudo isso e sentiu dificuldades? E nossos filhos? Como conseguem separar o joio do trigo e estabelecer suas prioridades na hora de estudar?
Você já se deu conta de quanto o nosso meio e o das nossas crianças, oferecem estímulos diversos o tempo todo, e como temos de nos esforçar para manter a atenção voltada para aquilo que desejamos fazer?
Tanto nas tarefas que desempenhamos no dia a dia, como no caso das crianças e adolescentes em idade escolar, todos nós solicitamos o tempo todo do nosso cérebro, as chamadas habilidades de funções executivas e de autorregulação.
Estas capacidades dependem de funções cerebrais importantes e que são construídas durante toda a nossa infância, adolescência e continuamos a desenvolver na idade adulta.
Permitem controlar nossos impulsos, traçar um planejamento daquilo que temos a fazer e manter a concentração no que estamos realizando.
Especialmente no desempenho escolar, as habilidades das funções executivas ajudam a criança  lembrar das etapas e instruções que foram passadas e evitar distrações, persistir diante de um desafio ou a solução de um problema. Bem desenvolvidas, nos permitem que sejamos capazes de tomar decisões, interagir bem em equipe e trabalhar visando metas. Adquirimos o pensamento crítico.
Como pais, estaremos ajudando nossos filhos pequenos no desenvolvimento dessas habilidades:
  • quando criamos as rotinas e os rituais que trazem segurança e confiança, na hora de comer, hora de dormir, de brincar, de ouvir uma história;
  • quando conversamos com as crianças, mesmo pequenas, situando-as no tempo e no espaço, sinalizando as prioridades nas tarefas, oferecendo-lhes limites claros e objetivos;
  • quando gradualmente vamos dando aos nossos filhos, a oportunidade de realizarem algumas tarefas com maior autonomia;
  • quando auxiliamos a estabelecer metas de curto e longo prazo e ensinamos a dividir tarefas grandes em partes menores, fazer lembretes, quadro de tarefas, etc.
Tudo isso irá contribuir para que aos poucos possamos ver de perto, muitos avanços e conquistas nas crianças. Mas para isso também teremos que organizar o nosso tempo e o de nossos filhos, de uma maneira cuidadosa. Ou seja, muitas vezes o excesso de atividades e cursos extra curriculares e o tempo apertado dos pais, podem comprometer tudo isso no dia a dia, pois as crianças terão maior dificuldade em fazer suas coisas em seu tempo, irão exigir mais ajuda e a sensação será aquela de que a criança nunca consegue cumprir seus afazeres num tempo adequado, precisa de auxílio para tudo e não faz suas tarefas escolares para as datas corretas. 

Quando isso não se desenvolve da maneira que esperamos, geralmente os professores são os primeiros a sinalizar que algo não vai bem com a criança, muitas vezes ainda na educação infantil. Notam que a criança falha no desenrolar das atividades, mostram dificuldades em seguir instruções simples, concluir tarefas e identificam problemas de atenção, gerando problemas na sua aprendizagem como um todo.
Aí chega a hora da família construir uma parceria ainda maior com a escola, que terá uma papel fundamental na orientação, na exposição e no planejamento dos objetivos que são esperados para a criança naquela idade. Hora dos pais se abrirem para uma escuta atenta, rever posturas, reavaliar rotinas e colocar a criança no centro disso, como mais uma parceira para a busca de soluções possíveis e que poderão contribuir para a melhora no seu desempenho escolar. Hora de arrumar a bagunça!! E quando ela faz o encaminhamento para o psicopedagogo?
Tema da próxima postagem!! Como a psicopedagogia pode ajudar?
Até lá!

Daniela M. Leal

28 julho 2014

O Diagnóstico e as dificuldades de aprendizagem

Atualmente tem sido muito comum o encaminhamento das crianças com dificuldades escolares, que nos procuram a pedido das escolas. 
As principais queixas relatadas pelos pais e educadores,são as dificuldades de atenção, memória, concentração e também de falhas no processo de alfabetização.
Alguns pais nos procuram aflitos trazendo muitas vezes a suspeita do diagnóstico de distúrbios como a dislexia e o TDAH. 
Devemos ter cautela quanto ao levantamento precoce de suspeitas como essas. Para chegarmos a um diagnóstico, por exemplo de dislexia, a criança será avaliada por vários profissionais, e a este processo damos o nome de Avaliação Multidisciplinar.
Nesta avaliação, as crianças e/ou adolescentes, farão:
• Avaliação Neuropsicológica;
• Avaliação Psicopedagógica;
• Avaliação da Acuidade e do Processamento Auditivo e Visual;
• Avaliação Fonoaudiológica;
• Avaliação Médica de neurologista e/ou psiquiatra infantil, para compreender o funcionamento cerebral do paciente.
Sem estas avaliações, um profissional não pode fechar um diagnóstico ou produzir um laudo. Dentro de sua especialidade, ele até poderá suspeitar de um quadro, sinalizando suas suspeitas, no entanto a discussão e a troca entre todos os profissionais envolvidos com este processo de avaliação é que serão conclusivos para se chegar a uma resposta.
As causas das dificuldades escolares poderão ser várias, como emocionais, pedagógicas, orgânicas, entre outras. 
E é somente neste processo de avaliação que poderemos discutir com prudência e respeito sobre as particularidades de cada caso e assim chegarmos a importantes respostas que irão nortear as intervenções necessárias para levar a criança ou o jovem de volta para o caminho de aprendizagens positivas.

A escolha destes profissionais é de responsabilidade dos pais, mas caso seja de seu interesse,  aqui em nosso espaço, além do meu trabalho como Psicopedagoga, contamos também com a parceria de profissionais da área da Psicologia e Fonoaudiologia.



19 maio 2014

Você conhece o "Programa de Enriquecimento Instrumental - PEI" e a experiência da aprendizagem mediada?

Aqui no Espaço Psicopedagógico Granja Viana, nós também gostamos de aprender. E por isso estamos sempre em busca de ferramentas e estratégias que possam ajudar os pais, crianças e adolescentes que nos procuram, a encontrar um caminho mais rico, desafiador e significativo para a aprendizagem.
O PEI vem de encontro a esta necessidade e tem há muitos anos contribuído com a educação.
Trata-se de um método aplicado por um professor de psicologia israelense e especialista no campo de desenvolvimento da criança. Ele acredita que todos nós independente de nossas dificuldades, possuímos o potencial necessário à mudança, desde que nos seja dada a oportunidade de desenvolvermos  habilidades de pensamento eficientes e que nos tornarão aprendizes independentes e autônomos. É a modificabilidade cognitiva através da interação, da aprendizagem mediada. Através de situações planejadas do mediador( psicopedagogo) o indivíduo passará a desenvolver e/ou  aprimorar funções cognitivas deficientes e que formam os pré-requisitos do pensamento eficiente, levando a uma aprendizagem efetiva.
São nossos objetivos ao trabalhar com a experiência da aprendizagem mediada:
  • estimular a aprendizagem e a autonomia do estudante;
  • liberar o seu potencial;
  • contribuir para a utilização de habilidades efetivas de pensamento;
  • remediar disfunções cognitivas;
  • trabalhar a metacognição, o "pensar sobre o pensar";
  • promover situações de interação, questionamento e reflexão. 
 Vamos conhecer?

Daniela M. Leal
Psicopedagoga Clínica
ABPp nº12941


A Psicopedagogia e a Experiência da Aprendizagem Mediada - P.E.I

No Espaço Psicopedagógico Granja Viana, os atendimentos estão embasados numa perspectiva humanista.
A grande preocupação que temos é a de fazer com que a aprendizagem da criança e do adolescente venha novamente a ocupar uma posição de destaque em sua vida. Muitas das crianças que aqui chegam, possuem uma história de fracasso escolar e consequentemente algumas dificuldades emocionais, como: insegurança, falta de perspectiva e baixa autoestima.
A Experiência da Aprendizagem Mediada, no Programa de Enriquecimento Instrumental , de Reuven Feuerstein , veio contribuir para que as crianças do nosso Espaço contem com melhores possibilidades para aprender.
Essa teoria de modificabilidade cognitiva, criada em Israel, acredita na constante capacidade de todo ser humano em modificar-se, e na importância da mediação para a aprendizagem significativa do sujeito.
O Mediador tem a capacidade de promover no aprendiz condições de utilizar seus recursos cognitivos para interpretar e relacionar o conhecimento, reconstruí-lo e se fazer autônomo na busca por novas aprendizagens e descobertas. 
E sempre atribuindo sentido para aquilo que aprende!
Espera-se que todos esses ganhos sejam transferidos para o dia a dia do estudante, na sua postura diante do novo e o seu compromisso e envolvimento com as tarefas escolares.

      Um momento...deixe-me pensar!!
 
INSTRUMENTO P.E.I - Programa de Enriquecimento Instrumental

Daniela Leal
    Atende na Granja Viana em Cotia
    Cel.9 70520328




21 junho 2013

A Psicopedagogia numa visão humanista das dificuldades de aprendizagem

As dificuldades para aprender um conteúdo em específico, podem aparecer eventualmente na vida de qualquer um de nós. Outras vezes percebemos que a relação afetiva da criança com o professor, com o conteúdo ou com uma disciplina específica fica comprometida, e a criança ou adolescente sente-se fracassado em suas tarefas e avaliações escolares.
Isso na maioria das vezes acarreta baixa autoestima e os aprendentes podem apresentar diversos sintomas, sinalizando que algo não vai bem, como por exemplo, dificuldades de relacionamento, desatenção, agressividade, apatia, entre outras manifestações.
Mas quem nunca teve dificuldades para aprender?


Entendemos que estes obstáculos fazem parte do processo de aprendizagem. No entanto, quando são muito intensos e recorrentes, os pais procuram ajuda e precisamos intervir.
A psicopedagogia surge neste momento, e passa a contribuir oferecendo a aprendizes e seus responsáveis no processo de ensino-aprendizagem, a oportunidade de acompanha-los neste caminho através de diferentes propostas que poderão fazer com que avancem e conquistem maior autonomia e prazer em seus afazeres como estudantes.
A psicopedagogia fundamentada na abordagem humanista busca trazer de volta uma relação positiva de crianças e adolescentes com a aprendizagem. Segundo Mizukami (1986), através desta maneira de entender o ser humano e a forma como aprende, passamos a acreditar que o ensino está centrado na pessoa,  Desenvolve-se assim a atitude de confiança e respeito ao aluno e privilegiam-se tarefas onde ele se sinta envolvido plenamente.
O aprendente sente-se mobilizado para descobertas e novas aprendizagens através da estimulação multissensorial, da vivência de jogos e propostas com o foco no desenvolvimento de sua representação simbólica e subjetividade. Ou seja, a pessoa está incluída no processo de ensino-aprendizagem, possuindo importância centralizada.
Cabe ao educador, desenvolver a sua capacidade de ser capaz de trocar experiências, promover o estudo e a reflexão, com o propósito de transformar a educação e formar um homem mais livre, autônomo, responsável e conhecedor de suas potencialidades. 
Freinet, um educador francês que representa a educação humanista, acreditava que a maior conquista na educação é o alcance da vida humana plena e digna, apropriando-se da cultura e da cidadania. Uma educação democrática, pluralista, aberta e crítica, atenta às diferenças e necessidades culturais e individuais. 
Com este propósito a psicopedagogia clínica ou preventiva colabora para que todos os envolvidos com a criança ou adolescente, compreendam a importância de um trabalho integrando a instituição de ensino, a família e outros profissionais que estejam envolvidos no processo.
E você? Qual tem sido a sua contribuição para formar pessoas confiantes e seguras de que possuem inteligências diversas e são capazes de superar suas dificuldades e desafios?