05 setembro 2014

Atenção, Foco e Memória - Como os pais podem ajudar no desenvolvimento destas habilidades?

Pausa para escrever um pouquinho...preciso me organizar, pensar naquilo que quero escrever, estabelecer objetivos que pretendo atingir....ufa, vamos lá!! Espera...ainda não organizei minha mesa, cadê o lápis? E aquele livro que talvez eu precise para me ajudar...opa, o telefone está tocando, uma mensagem da amiga...

Quem já não se pegou tendo que administrar tudo isso e sentiu dificuldades? E nossos filhos? Como conseguem separar o joio do trigo e estabelecer suas prioridades na hora de estudar?
Você já se deu conta de quanto o nosso meio e o das nossas crianças, oferecem estímulos diversos o tempo todo, e como temos de nos esforçar para manter a atenção voltada para aquilo que desejamos fazer?
Tanto nas tarefas que desempenhamos no dia a dia, como no caso das crianças e adolescentes em idade escolar, todos nós solicitamos o tempo todo do nosso cérebro, as chamadas habilidades de funções executivas e de autorregulação.
Estas capacidades dependem de funções cerebrais importantes e que são construídas durante toda a nossa infância, adolescência e continuamos a desenvolver na idade adulta.
Permitem controlar nossos impulsos, traçar um planejamento daquilo que temos a fazer e manter a concentração no que estamos realizando.
Especialmente no desempenho escolar, as habilidades das funções executivas ajudam a criança  lembrar das etapas e instruções que foram passadas e evitar distrações, persistir diante de um desafio ou a solução de um problema. Bem desenvolvidas, nos permitem que sejamos capazes de tomar decisões, interagir bem em equipe e trabalhar visando metas. Adquirimos o pensamento crítico.
Como pais, estaremos ajudando nossos filhos pequenos no desenvolvimento dessas habilidades:
  • quando criamos as rotinas e os rituais que trazem segurança e confiança, na hora de comer, hora de dormir, de brincar, de ouvir uma história;
  • quando conversamos com as crianças, mesmo pequenas, situando-as no tempo e no espaço, sinalizando as prioridades nas tarefas, oferecendo-lhes limites claros e objetivos;
  • quando gradualmente vamos dando aos nossos filhos, a oportunidade de realizarem algumas tarefas com maior autonomia;
  • quando auxiliamos a estabelecer metas de curto e longo prazo e ensinamos a dividir tarefas grandes em partes menores, fazer lembretes, quadro de tarefas, etc.
Tudo isso irá contribuir para que aos poucos possamos ver de perto, muitos avanços e conquistas nas crianças. Mas para isso também teremos que organizar o nosso tempo e o de nossos filhos, de uma maneira cuidadosa. Ou seja, muitas vezes o excesso de atividades e cursos extra curriculares e o tempo apertado dos pais, podem comprometer tudo isso no dia a dia, pois as crianças terão maior dificuldade em fazer suas coisas em seu tempo, irão exigir mais ajuda e a sensação será aquela de que a criança nunca consegue cumprir seus afazeres num tempo adequado, precisa de auxílio para tudo e não faz suas tarefas escolares para as datas corretas. 

Quando isso não se desenvolve da maneira que esperamos, geralmente os professores são os primeiros a sinalizar que algo não vai bem com a criança, muitas vezes ainda na educação infantil. Notam que a criança falha no desenrolar das atividades, mostram dificuldades em seguir instruções simples, concluir tarefas e identificam problemas de atenção, gerando problemas na sua aprendizagem como um todo.
Aí chega a hora da família construir uma parceria ainda maior com a escola, que terá uma papel fundamental na orientação, na exposição e no planejamento dos objetivos que são esperados para a criança naquela idade. Hora dos pais se abrirem para uma escuta atenta, rever posturas, reavaliar rotinas e colocar a criança no centro disso, como mais uma parceira para a busca de soluções possíveis e que poderão contribuir para a melhora no seu desempenho escolar. Hora de arrumar a bagunça!! E quando ela faz o encaminhamento para o psicopedagogo?
Tema da próxima postagem!! Como a psicopedagogia pode ajudar?
Até lá!

Daniela M. Leal

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